terça-feira, 13 de dezembro de 2011

[RESENHA] Querido John - Nicholas Sparks

     Quando Savannah Lynn Curtis entra em sua vida, John Tyree sabe que esta pronto para começar de novo. Ele, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Então, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos. A atração mútua cresce rapidamente e logo se transforma em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que os atentados de 11 de Setembro pudessem mudar o mundo todo. E como muitos homens e mulheres corajosos, John deveria escolher entre seu amor por Savannah e seu país. Agora, quando ele finalmente retorna para Carolina do Norte, John descobre como o amor pode transformar as pessoas de uma forma que jamais poderia imaginar.

    Divido em trê partes, "Querido John" se mostra praticamente impecável da primeira até a última página. Com uma história cativante, bem organizada e escrita (vale ressaltar que foi escrito em 1ª pessoa), além de personagens bem trabalhados, Nicholas Sparks peca apenas no desenvolvimento de algumas ideias.

   A história, muito bem trabalhada em quase todo livro, se mostra um dos principais motivos para os 5 milhões de vendas ao redor do mundo. O autor realmente criou uma "esfera" que prende o leitor do começo ao fim. A divisão ficou muito boa. Na primeira parte, percebe-se um ar mais romântico, onde é narrado pelo próprio protagonista o início e o ápice de sua relação com Savannah, como também a sua tentativa em tentar entender a cabeça do seu pai, um homem que sempre se mostra distante. A segunda parte narra o conflito de John em ter que escolher o exército e sua amada. Na terceira parte, John narra sua angústia com sua nova descoberta e também o desfecho surpreendente do livro.

   Os principais personagens são bem explorados pelo autor. John Tyree se mostra compreensivo, atencioso e capaz de fazer tudo pelo seu amor. Porém, percebe-se claramente a insegurança da personagem ao longo da obra. Desse modo, Nicholas Sparks trabalhou muito as características do personagem, que sempre demonstra seu receio de que  Savannah se apaixone por outro alguém. Além disso, o mesmo autor usa muito bem a relação do protagonista com o pai, e a insere no contexto Savannah/John. Já a Savannah é uma personagem adorável, que quer o melhor para sua família, para seus amigos, mas principalmente para seu amado. Chega até ser clichê. Entretanto, o personagem mais encantador de "Querido John" é o estranho e distante pai de John  Tyree. Ele é realmente fascinante pois, enquanto lê a obra, o leitor nunca sabe a sua reação, já que tem um comportamento misterioso. Não apenas isso, a sua paixão pelas moedas, e a restrição disto como único assunto discutido pelo senhor são mais dois elementos que tornam este senhor incrivelmente intrigante. Sparks conseguiu uma façanha ao criar e inserir muito bem esta personagem na história.

   Entretanto, o livro tem sua falha. E é até relevante. É bem notável uma mau construção de ideias na parte em que o personagem principal tem que abdicar de sua paixão, Savannah, para servir o exército. O "tapa buraco" (isso mesmo, ficou um pouco forçado) reside no fato que Tyree podia escolher entre a primeira e o segundo. O correto, com certeza, seria ele escolher se retirar da carreira militar para sempre, e viver o resto de sua vida com a bela Savannah, porém o mesmo escolheu continuar na carreira citada porque sentia que os Estados Unidos precisava dele, como se sentisse obrigado a ajudar no atentado de 11 de setembro. Aquele famoso sentimento patriota americano. Desse modo, a ligação entre isto e o fato de a partir daí Savannah Curtis começar a mudar em relação a como era antes, o que é de suma importância para a história, ficou mal feito, já que se o jovem a amava mesmo, não teria porque escolher o exército mais tempo do que já ficou.

   "Querido John", muito bem dividido, impressiona de tão tocante. Nicholas Sparks sabe mesmo como mexer com os sentimentos do leitor, e como aproxima-lo o máximo possível do enredo, fazendo com que ele realmente seja um espectador da visão de John Tyree, desde seu ápice de amor, até quando ele tem uma grande e lastimável surpresa ao longo do livro. Sim, para o mesmo ser impecável é preciso saber ignorar o  tal "tapa buraco".  No mais, a não ser que o leitor não seja adepto de histórias de amor, qualquer um que lê-lo provavelmente irá se encantar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

[RESENHA] Sally e a Princesa de Lata

Até o terceiro, os livros que compõem a série "Um mistério de Sally Lockhart" são repletos de mistério e investigação. Então eis que chega "Sally e a Princesa de Lata" com sua história clichê da menina pobre que se torna princesa. Tem sim um toque de mistério, mas seu ponto forte mesmo é a aventura e a ação.

Depois de muitos anos, Jim reencontra Adelaide, a garota desaparecida do primeiro livro. Agora ela está casada com um príncipe de um reino chamado Rakzavia, localizado no meio da Europa. Bem ao estilo Walt Disney, só que (bem) mais interessante. O reino está em um momento de grande fragilidade política pois suas terras estão sendo cobiçadas por duas grandes potências, e seus sucessores correm grande perigo. Jim, Adelaide e Becky, sua professora, partem para Razkavia a fim de proteger o trono e lá vivem grades aventuras.


A história é bem escrita, ágil e divertida. O enredo é farto de cenas de fugas e batalhas, que envolvem o leitor. Todo aquele mistério, que é o ponto forte da série, fica um pouco de lado, mas não é inexistente. Na história, existe uma conspiração para assassinar os sucessores de Razkavia e o mistério reside aí: quem estará por detrás dessas tentativas de assassinato? Porém, é um mistério bem menos intrigante (até porque parte das respostas o leitor já tem) e que é desvendado bem antes do clímax da obra.  Então, uma pergunta fica no ar: o livro é pior que os outros por essa "falta de mistério"? Os "enigmas" criados por Pullman e a maneira como eles se resolvem certamente foram os elementos que envolveram os leitores nos outros livros da série e os levaram até esse quarto volume. Portanto, "Sally e a Princesa de Lata" perde um pouco por esse lado, mas ganha por outro lado que é a aventura, que deixou o livro muito mais excitante.


Ok, mais ação, menos mistério... Mas e Sally? Quase nada. A personagem, suposta principal devido ao nome da série e do próprio livro, tem uma participação ínfima dando lugar a Jim Taylor e Adelaide, que têm o papel de protagonista. Reduzir a participação de Sally a dois ou três capítulos não foi boa ideia. Outra personagem de "O Tigre no Poço" muito interessante, que poderia ter sido aproveitado, foi o Sr. Goldberg. Mas o problema foi resolvido, pelo menos parcialmente, com personagens novas e interessantes como Becky, uma jovem "razkaviana", professora de alemão que se torna a melhor amiga de Adelaide, e até mesmo a própria Adelaide que, apesar de ter aparecido no primeiro livro, tem a sua personalidade revelada neste.


Enfim, "Sally e a Princesa de Lata" é uma bela salada de aventura, mistério e romance.  O livro foge do estilo dos anteriores, mas é o que mais se aproxima de "Fronteiras do Universo". Vale a pena, é uma boa leitura garantida!

sábado, 10 de dezembro de 2011

A Maldição da Pedra, versão brasileira de Steinernes Fleisch

Capa bonita!
Novidade na área: já está disponível nas livrarias o livro "A Maldição da Pedra", primeiro livro da nova trilogia de Cornelia Funke, "Reckless", sobre a qual falamos um pouco na postagem anterior (para saber mais sobre a série, confira a postagem clicando aqui). Incrivelmente eu descobri isso por acaso, enquanto passeava pela Livraria Cultura. 

Em minhas andanças pela loja, me deparei com um livro verde, que se destacava na estante, chamado "A Maldição da Pedra".  Instantaneamente fiz uma ligação entre o título e a história de Steinernes Fleisch ("carne de pedra", título original em alemão). Depois foi só conferir a autora e o nome da série! Confesso que foi uma surpresa pois eu esperava que só veria esse livro ano que vem. Meus parabéns à Companhia das Letras já que o lançamento da versão portuguesa foi relativamente rápido, principalmente quando comparado ao lançamento de Sangue de Tinta, que demorou quatro anos para acontecer (!).

Capa Alemã
A editora fez algumas mudanças na capa, que ficou realmente muito bonita, melhor que a original! Além de ter mudado o desenho original, a editora usou uma técnica de enobrecimento muito interessante, que dá um efeito metálico. Como sou leigo no assunto, pesquisei um pouco e descobri que existe uma técnica que se chama hot-stamping (clique aqui para saber mais). Geralmente, é usada apenas nos títulos dos livros e nas cores prata e dourado (como em Harry Potter e Crepúsculo). Não tenho certeza se á a mesma técnica utilizada em "A Maldição da Pedra", mas também dá o tal do efeito metálico. Apesar de bonito, o hot-stamping exige muito  cuidado pois arranha e estraga fácil!

No mesmo dia adquiri o meu exemplar do livro e em breve começarei a lê-lo. Até tirei uma foto para vocês conferirem:

Esse é o meu.
Espero que tenham gostado da novidade!

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