sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

#Dissertando: Parcerias com editoras



Os autores do Blog Epílogo orgulhosamente apresentam a nova (e primeira) coluna do blog: #Dissertando. Vamos à uma rápida introdução: a proposta é falar sobre assuntos relacionados ao mundo literário, principalmente aqueles que podem suscitar pontos de vista divergentes. Um espaço para expor opiniões! Nos textos vocês irão ler a nossa opinião e sempre que possível iremos adicionar a de outros blogueiros. Bem simples! Então vamos ao texto de estreia.


Aí vai a maior dúvida de todo blogueiro literário: como se destacar nesse mar de blogs que tem a mesma proposta: resenhar livros? É sobre uma das maneiras mais adotadas para ganhar popularidade, e principalmente o efeito dela na blogosfera literária, que irei falar nessa postagem: as parcerias com editoras.

Depois que criei o Blog Epílogo (antigo Inkworld) e comecei me aventurar por esse mundo literário-virtual, percebi a quantidade de pessoas que também queriam  falar desse mesmo assunto: livros. Então comecei a reparar no que elas faziam para ganhar popularidade. Uma coisa me chamou a atenção por parecer eficiente: blogs faziam parcerias com editoras e estampavam suas logomarcas nas barras laterais ou em páginas especias.  Realmente, o que pode ser melhor do que o reconhecimento de uma editora para atrair seguidores? É como se o blogueiro dissesse: "veja de quem sou parceiro. Eles consideram meu blog bom. Me siga!". É mesmo um grande atrativo que traz benefícios que vão além do reconhecimento: A editora envia de brinde livros para resenha e para sorteio/promoções. Esse último funciona como um imã para aqueles "pseudo-seguidores" que só estão a fim de ganhar o livro sorteado. Parece um verdadeiro negócio da China. Mas, de certa forma, essas parcerias estão sendo ruins para a blogosfera literária. A qualidade dos blogs está caindo e conteúdo se tornando excessivamente uniforme.

É como um fenômeno que acontece com a maioria das páginas daqueles que veem nas parcerias com editoras uma chance de ganhar status e se apoiam nisso. Veja que é um generalização, existem exceções. O sujeito angaria vários seguidores com as primeiras parcerias e então vai acumulando logomarcas na seção "Parceiros". É como um vício pois o retorno que se tem é grande, em forma de seguidores e visualizações de página. É só reparar que todos grandes blogs literários possuem uma porrada de editoras parceiras. O problema é que essa relação traz benefícios, mas traz consigo compromissos também. O sujeito tem que resenhar livros recebidos, fazer promoções e divulgar lançamentos dos parceiros. E quanto mais parceiros, mais compromissos, mais resenhas, mais divulgação. Sinceramente, esse conteúdo, fruto da parceria com a editora, em sua maioria é chato e não dá vontade de ler, a menos que seja a divulgação da capa do próximo livro da série que você gosta ou uma resenha. O blog começa a ficar atolado de postagens de sorteios, divulgações e principalmente outro elemento que surge de uma ideia simpática mas que não passa de um tapa-buraco, como diria o Nícolas, do Braunne: "Na Minha Caixa de Correio".


Após firmar tantas parcerias, a quantidade de livros que o blogueiro recebe por mês é enorme, não dá pra resenhar tudo. O que fazer com eles? Mostrar para os amigos seguidores! Criam um vlog para essa finalidade: mostrar os livros que chegaram. Agora, sem mentiras, é até divertido assistir a esses vídeos, alguns chegam a ser engraçados. O ponto é: há blogs que se sustentam nisso e nas divulgações, promoções e uma ou outra resenha (mal feita, mas isso já é outro tópico). Muitos não se importam em produzir um conteúdo interessante e sua página acaba se tornando mistura de postagens chatas. O interessante do blog literário não é expor os livros que você tem, mas sim expor o que você achou deles. Infelizmente o que está acontecendo com a maioria dos blogs voltados ao mundo literário é que grande parte das postagens está se tornando desinteressante e maçante.


"Quanta bobagem!"
Agora imagine isso acontecendo em grande escala. O resultado é um "universo" de blogs com conteúdo fraco e muito semelhante. Encontrar originalidade nesse universo é realmente uma tarefa muito difícil, mas como disse acima, existem exceções. É possível ter um blog original e autêntico e ao mesmo tempo ter editoras parceiras. Existem vários exemplos por aí.


Esse é um assunto pouco discutido e esse texto é só uma parte pequena do que pode ser extraído dele. Talvez seja hora dos blogueiros pararem pra pensar um pouco que a quantidade de seguidores não significa tanta coisa. Essa disputa por sucesso, que gera essa corrida atrás de editoras só está tornando a blogosfera literária deveras homogênea. Em suma, os blogueiros estão se atendo mais à quantidade do que a qualidade.


Para terminar o texto, dois blogueiros, os únicos que responderam o nosso pedido, gentilmente cederam suas opiniões sobre o tópico:


Lilian Silva do blog Lá no Cafofo:
"Creio que existe, sim, uma corrida desenfreada por status e sucesso e isso já afetou a qualidade do conteúdo dos blogs. Parcerias entre editoras e blogs, que deveriam ser um meio de divulgação para ambos, acabaram estimulando uma espécie de competição e o mais importante, que é a opinião sobre o livro, acabou ficando de lado. Com medo de perder a parceria, muitos abrem mão de opinar. É por isso que se veem conteúdos cada dia mais parecidos, mais pasteurizados. Acredito que é possível ter parcerias e ser autêntico. Basta escolher editoras que tenham uma visão parecida e não vender a alma pra ganhar um livro ou um brinde."


Nícolas Oliveira, do Braunne:
"Fora os livros de graça, me parece que o leitmotiv das parcerias com editoras é a ideia de 'contar vantagem' sobre outros blogs literários. Pra mim não há relevância em se ter editoras parceiras para dar continuidade a um blog. Se o leitor realmente quer debater, promover e incentivar a literatura, não precisa disso. Eu nunca ganhei livro de editora e raramente os compro. Tudo que li provém de bibliotecas. Mas continuo com minha página independente, resenhando o que der, seja livro badalado ou totalmente desconhecido. Aliás, neste segundo grupo, já encontrei ótimas leituras que dificilmente encontraria nas prateleiras"


A propósito, os blogs da Lilian e do Nícolas são ótimos, não vão na onda do "vamos viver de sorteios!". É difícil mas a gente acha! :-)

Ladrão de Raios - HQ


   A Íntrinseca aproveitou bem o sucesso de "Percy Jackson e os Olimpianos". Foi lançado por volta de setembro (sim, faz tempo, e por isso até peço perdão) a adaptação para quadrinhos da história do garoto problemático de 12 anos, que tem sua vida virada de cabeça para baixo ao descobrir que tem parentesco com os grandes Deuses gregos. Muitos são contra a ideia, porém eu sou muito a favor, desde que o leitor saiba aproveitar bem esse recurso. Confesso que sou um fã assíduo desta série e que adoraria ter a Percy Jackson com todos seus traços desenhados em minha estante, visto que mais essa ramificação do grande sucesso que foi essa série poderia trazer de volta os tempos em que me aventurava pelas páginas de "Ladrão de Raios".

  Então está ai, pra você que já leu o primeiro volume dos cincos livros e quer ver e ler está narração em quadrinhos, vale a pena comprar mais esse exemplar das histórias de Perseus Jackson! Mais algumas horas de diversão o esperam, caro fã!
   Obs: Abaixo está o vídeo com um trechinho em inglês de Percy Jackson e os Olimpianos, "the official graphic novel".

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"O erro" está a venda!

Venho informar ao leitores do blog e aos fãs da série "Aventuras do Caça-feitiço", nessa postagem atrasada, que o quinto volume da série, "O erro" já está disponível nas livrarias... A editora também disponibilizou os dois  primeiros capítulos (clique aqui para ler). Aqui em baixo estão a sinopse e o booktrailer feito nas coxas.

Sinopse:
Neste livro, o Caça-Feitiço obriga Tom a treinar com outro tutor a fim de que aprenda novas técnicas. Enviado sozinho à parte norte do Condado, Tom conhece seu novo mestre, Bill Arkwright, um homem assustador, que o obriga a tomar decisões com consequências para todos. No entanto, Bill, que gosta de briga e tem demônios interiores, possui segredos guardados no moinho onde vive. Ao mesmo tempo, um grande segredo de Alice será revelado, algo que mudará para sempre as relações entre ela, Tom e o Caça-feitiço
Booktrailer:

Segredos e mais segredos... esse livro promete!



domingo, 22 de janeiro de 2012

[RESENHA] O Menino Prodígio do Crime

Peguei esse livro para ler principalmente por causa de "Aviador", que foi o primeiro livro de Eoin Colfer que li e que se mostrou tão bom que me fez pensar que começar a ler a série mais famosa do mesmo autor valeria a pena. E realmente valeu. Incrivelmente, O Menino Prodígio do Crime- Artemis Fowl é um livro totalmente distinto de Aviador mas sua narrativa repleta de  armas do futuro, anões, gnomos, elfos e afins, é igualmente entretente. O enredo é inteligente, fugindo dos padrões e unindo em um só personagem antagonista e protagonista.

Diferente do que é esperado dos livros infanto-juvenis e YA, o personagem principal não é um garoto dotado de algum poder e que deve salvar o mundo do mal. Não; Artemis, um garoto gênio de 12 anos herdeiro do clã Fowl, é o protagonista, mas é também o vilão. Na história, seu pai some misteriosamente com o dinheiro da sua família. Para torná-la rica novamente, Artemis arquiteta um plano para roubar ouro das fadas, seres mágicos que vivem secretamente no subterrâneo. Para por seu plano em prática ele sequestra uma fada, Holly Short, para servir como refém. Esse ousado sequestro poderia terminar em uma guerra entre as espécies. Além disso, para cumprir sua missão Artemis conta com sua extrema inteligência e seu fiel escudeiro Butler para enfrentar as fadas, que estão  equipadas com armas futurísticas e tecnologia de ponta. 

O início do livro é um pouco chato pois o autor, como se estivesse escrevendo uma sequência, lança o leitor numa história repleta de seres mágicos e estranhos sem nenhum tipo de base descritiva. Nos primeiros capítulos somos "introduzidos" a fadas, gnomos, anões, trolls, e, entretanto, não há nenhum tipo de descrição que distingua tais seres. O leitor se vê obrigado a criar ele mesmo a forma física das personagens. E isso não se restringe às fadas. O mundo subterrâneo onde elas vivem segue o mesmo padrão "imagine você mesmo". A descrição é um elemento importante de uma narrativa, mas deve ser usada na medida certa: nem muito nem pouco. Indo contra ao que é comum nos livros YA da atualidade, Colfer esquece esse elemento, deixando o leitor perdido entre tantas coisas estranhas, tornando o começo do livro um tanto maçante.


Depois desse início lento e chato, felizmente a ação toma conta. Mas não é algo pobre e sem fundo, mas sim em meio a um enredo inteligente. Em outras palavras, comumente usadas, esse é um livro difícil de largar. Em certos momentos, é até possível pensar que O Menino Prodígio do Crime se encaixaria melhor em um roteiro de filme devido a o toque futurístico e às batalhas. Mas e daí? O que importa é que a trama divertida e bem narrada e o mistério de como acabará a história de Artemis e a fada Holly, levam o leitor até o final surpreendente. Depois de quase trezentas páginas, que passam como se fossem vinte, o livro termina com clima de continuação.



Versão em quadrinhos
Em suma, Artemis Fowl é um livro Young Adult extremamente divertido com um trama diferente e bem construída, apesar de algumas escorregadas do autor. Uma ótima escolha pra quem gosta do estilo.


Ah, para quem também ficou perdido no ínicio do livro e ainda não sabe, Eoin Colfer já lançou a versão de O Menino Prodógio do Crime em quadrinhos. Uma ótimo chance de conferirmos o visual dos personagens e dos cenários :-)
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