domingo, 22 de janeiro de 2012

[RESENHA] O Menino Prodígio do Crime

Peguei esse livro para ler principalmente por causa de "Aviador", que foi o primeiro livro de Eoin Colfer que li e que se mostrou tão bom que me fez pensar que começar a ler a série mais famosa do mesmo autor valeria a pena. E realmente valeu. Incrivelmente, O Menino Prodígio do Crime- Artemis Fowl é um livro totalmente distinto de Aviador mas sua narrativa repleta de  armas do futuro, anões, gnomos, elfos e afins, é igualmente entretente. O enredo é inteligente, fugindo dos padrões e unindo em um só personagem antagonista e protagonista.

Diferente do que é esperado dos livros infanto-juvenis e YA, o personagem principal não é um garoto dotado de algum poder e que deve salvar o mundo do mal. Não; Artemis, um garoto gênio de 12 anos herdeiro do clã Fowl, é o protagonista, mas é também o vilão. Na história, seu pai some misteriosamente com o dinheiro da sua família. Para torná-la rica novamente, Artemis arquiteta um plano para roubar ouro das fadas, seres mágicos que vivem secretamente no subterrâneo. Para por seu plano em prática ele sequestra uma fada, Holly Short, para servir como refém. Esse ousado sequestro poderia terminar em uma guerra entre as espécies. Além disso, para cumprir sua missão Artemis conta com sua extrema inteligência e seu fiel escudeiro Butler para enfrentar as fadas, que estão  equipadas com armas futurísticas e tecnologia de ponta. 

O início do livro é um pouco chato pois o autor, como se estivesse escrevendo uma sequência, lança o leitor numa história repleta de seres mágicos e estranhos sem nenhum tipo de base descritiva. Nos primeiros capítulos somos "introduzidos" a fadas, gnomos, anões, trolls, e, entretanto, não há nenhum tipo de descrição que distingua tais seres. O leitor se vê obrigado a criar ele mesmo a forma física das personagens. E isso não se restringe às fadas. O mundo subterrâneo onde elas vivem segue o mesmo padrão "imagine você mesmo". A descrição é um elemento importante de uma narrativa, mas deve ser usada na medida certa: nem muito nem pouco. Indo contra ao que é comum nos livros YA da atualidade, Colfer esquece esse elemento, deixando o leitor perdido entre tantas coisas estranhas, tornando o começo do livro um tanto maçante.


Depois desse início lento e chato, felizmente a ação toma conta. Mas não é algo pobre e sem fundo, mas sim em meio a um enredo inteligente. Em outras palavras, comumente usadas, esse é um livro difícil de largar. Em certos momentos, é até possível pensar que O Menino Prodígio do Crime se encaixaria melhor em um roteiro de filme devido a o toque futurístico e às batalhas. Mas e daí? O que importa é que a trama divertida e bem narrada e o mistério de como acabará a história de Artemis e a fada Holly, levam o leitor até o final surpreendente. Depois de quase trezentas páginas, que passam como se fossem vinte, o livro termina com clima de continuação.



Versão em quadrinhos
Em suma, Artemis Fowl é um livro Young Adult extremamente divertido com um trama diferente e bem construída, apesar de algumas escorregadas do autor. Uma ótima escolha pra quem gosta do estilo.


Ah, para quem também ficou perdido no ínicio do livro e ainda não sabe, Eoin Colfer já lançou a versão de O Menino Prodógio do Crime em quadrinhos. Uma ótimo chance de conferirmos o visual dos personagens e dos cenários :-)

4 comentários:

  1. First

    Li todo o post e gostei mais de ler a resenha do que o saber do livro. Está ótima;

    Mas um livro que fuja tanto da verossimilhança, que já não é o meu gosto e ainda por cima, sem ao menos, como vc disse, "ajustar" melhor as descrições poderia ser considerado YA? Eu acho que é só Y. Certo?

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    Respostas
    1. O problema é que essa classificação "YA" é muito controversa. Muitos acham que é literatura voltada a jovens e a adultos, mas o fato é que apesar do "adult", YA é basicamente voltada a adolescentes. Eu uso como sinônimo de literatura "juvenil" :-)

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  2. Bom, eu considero YA um livro voltado para adolescentes, porém verossimilhante e sério e com idade dos personagens acima de 16-18. Tipo, por exemplo, um livro que trata de temas como escola, intrigas e amigos gay. Seria YA. Aventuras criativas e fantasiosas considero somente Y. :D

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  3. Legal. Eu já não faço essa distinção. Na verdade nem conhecia essa termo "Y". Bom saber :-)

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