quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Resenha: They Came to Baghdad, Agatha Christie

They Came to Baghdad (ou "Aventura em Bagdá", em português) foi o primeiro livro da Agatha Christie que li e confesso que pouco sabia sobre a autora. Considerada a rainha do crime, tenho um receio de que esse livro deve fugir um pouco às caraterísticas das suas  outras obras, que são marcadas por uma trama investigativa, com espionagem, mistério e crime como pontos principais da obra. Não que They Came to Baghdad não tenha essas características, mas talvez seria melhor descrito como uma "aventura investigativa". Em todo caso, como meu primeiro livro da autora que leio, a leitura foi muito agradável e envolvente, mesmo fugindo ao "padrão Christie".

Primeiramente, um ponto notável de diferenciação é o fato da protagonista não ser uma espiã ou detetive, porém, apenas uma jovem londrina em busca de uma boa aventura: Victoria Jones. A história se passa em Bagdá, mas se inicia em Londres. Sem emprego, Victoria conhece o jovem Edward numa praça em Londres e em poucos minutos de conversa se apaixona por ele. Ao descobrir que, no dia seguinte, ele iria a Bagdá a trabalho, seu espírito aventureiro é incitado e ela decide ir atrás de Edward na capital do Iraque. Lá, quando um misterioso homem morre no seu quarto de hotel, ela acaba por se envolver numa conspiração criminosa contra uma conferência entra as duas potências mundiais vigentes. A trama envolve muito mistério, investigação e espionagem, mas no entanto, tudo parece uma grande aventura na vida da protagonista Victoria Jones. 

As personagens são muito bem construídas, consideradas o ponto forte do livro. A protagonista, por exemplo, é interessante por ter reais qualidades e defeitos: uma jovem londrina que trabalha como datilógrafa (que não empenha muito bem seu ofício por escrever errado em demasia), que mente muito bem, mas, em contrapartida não sabe fazer suas "verdades soarem verdadeiras", e que possui  um espírito aventureiro um tanto ingênuo e tolo. Assim são também as outras personagens, cada uma com uma personalidade distinta e até mesmo caricata. A ambientação também é muito interessante, já que a história se passa num local não muito comum, inusitado: Bagdá.

Agora, falando da história e seu desenvolvimento, algumas coisas poderiam ter sido melhores. Primeiramente, a trama demora muito para deslanchar. Os primeiros capítulos narram, alternadamente, histórias de personagens que não têm aparente ligação. Até a metade, quando a trama realmente começa a desenrolar, o livro é uma mistura confusa de personagens e lugares que pode fazer um nó na cabeça do leitor. As aventuras de Victoria Jones começam mesmo na segunda metade da obra, a parte mais cativante da leitura. Mas vale a pena esperar. O enredo se baseia numa conspiração vaga e em acontecimentos e atitudes de alta improbabilidade, mas não deixa de ser envolvente. O mistério é constante, as personagens não são previsíveis e o desfecho é surpreendente.

Como primeira leitura de Agatha Christie, posso dizer que foi muito agradável e que estou animado para ler suas outras obras, principalmente as mais conhecidas. A leitura vale muito a pena, recomendo! :-)


sábado, 22 de dezembro de 2012

Dica de Filme: O Efeito Borboleta

A dica de filme de hoje é um muito famoso: O Efeito Borboleta. O longa, de 2004, estrela Ashton Kutcher como protagonista (fato que alguns acreditam ser o motivo do deste não ser tão reconhecido) e aborda um tema semelhante ao de Looper: Assassinos do Futuro, porém com uma perspectiva diferente: a viagem no tempo. O Efeito Borboleta alia a esse tema o lado psicológico e humano, o que o torna mais drama que ficção científica.

A história gira entorno de Evan Treborn (Ashton Kutcher) que, na sua juventude, sofria de blecautes mentais em momentos importantes de sua vida e acordava instantes depois sem lembrar do que havia acontecido. Com o passar do tempo, esses blecautes  se tornam raros na vida de Evan. Já adulto, ele descobre uma forma de lembrar o que havia se passado nos momentos de blecautes, lendo o diário que escrevia quando era jovem, e uma maneira misteriosa de reviver o passado e alterar o presente.

O filme apela para o lado psicológico e dramático, focando principalmente, no modo como pequenas atitudes no passado alteram drasticamente o futuro das pessoas e as relações entre elas. Este é o grande ponto do longa-metragem. Na tentativa de melhorar sua vida, o relacionamento de Evan e Kayleigh (Amy Smart), a garota que ele ama,  e das outras personagens sofrem constantes reviravoltas que deixam quem assiste na expectativa de saber como termina. O Efeito Borboleta com certeza não é previsível.

Além disso, exige que o espectador fique sempre atento devido à lógica de viagem no tempo criada e ao ritmo no qual ele de desenvolve. O modo como a trama envolve o espectador é impressionante, tomando toda sua atenção para a história e seu desenrolar. Recomendado para quem gosta de thrillers.

Porém, o mais surpreendente é como O Efeito Borboleta provoca reflexões durante e após o mesmo. De forma maximizada, o que é importante para que o filme tenha impacto, ele mostra como atitudes e acontecimentos considerados pequenos podem ter grande interferência no futuro. E com todas as características citadas acima, realmente consegue ser tocante e reflexivo.

O ponto fraco são os furos no enredo. Viagem no tempo é um tema que tem isto inerente por causa de sua complexidade. Todavia, O Efeito Borboleta traz essas lacunas em excesso e que certamente poderiam ter sido evitadas. Contudo, não deixa de ser ótimo. Recomendado a todos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Dica de Filme: Looper: Assassinos do Futuro


" 'Looper: Assassinos do Futuro' é ambientado em um futuro próximo, onde um grupo de assassinos conhecidos como Loopers trabalham para um sindicato do crime. Eles são enviados do futuro para o presente, para matarem criminosos antes que os crimes sejam cometidos. Mas quando um deles descobre que foi enviado para o passado para matar a si mesmo, o sistema começa a ser questionado. "


Estava procurando filmes para ver e achei este. Confesso que ao ver que Bruce Willis seria um dos protagonistas me desanimei. Entretanto, uma história envolvente, diferente, autêntica, e contando com personagens bem trabalhados, fazem de "Looper: Assassinos do Futuro" um filme realmente muito bom.

O ponto mais alto do longa é a relação entre o Joe do presente e o do futuro. Enquanto o primeiro é arrogante e egoísta, movido por um espírito jovem e impulsivo, o segundo foi "salvo" por uma mulher, que o tirou do crime e o deixou apaixonado. Um pouco clichê está última parte. Porém, o interessante mesmo é ver o pensamento e agir dos dois em conflito, e é por ai que a trama se desenrola. 

Além das personagens, a história é muito bem feita. É dinâmica, de forma que alterna entre momentos de suspense, ação e outros de mais diálogos. E "brinca" com os elementos que envolvem passado-presente-futuro, fazendo com que quem esteja assistindo seja obrigado a ficar atento do início ao fim para compreender o enredo.

Recomendo muito este filme pra quem quer ter duas boas horas de diversão, sem exageros comuns muito vistos em outros por ai. Looper: Assassinos do Futuro é um ótimo filme de ação e ficção científica.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dica de filme: O Resgate do Soldado Ryan

Época de férias, os jovens sem nada pra fazer em casa, morrendo de tédio e reclamando nas redes sociais. A esses -e aos outros também-, eu tenho uma das melhores dicas: filmes! Eles te entretem por um bom tempo, sem a necessidade de sair de casa e sem muito gasto . E acaba virando vício.

Porém, uma dica melhor ainda é variar e sair dos mesmos blockbusters de verão (o que não significa que são ruins) e explorar alguns longas menos conhecidos ou blockbusters de anos passados. O que importa é que entre esses, provavelmente, você irá descobrir ótimos filmes, muitas vezes melhores que os mais conhecidos entre a galera.

Hoje vou começar indicando um que é bem conhecido mas que muita gente ainda não deve ter visto. É O Resgate do Soldado Ryan, dirigido pelo famoso Steven Spielberg. O filme é de 1998 e estrela Tom Hanks como protagonista. Conta a história de um grupo de soldados americanos que têm como missão resgatar um soldado cujos três irmãos morreram batalhando.

As duas horas e quarenta minutos de filme não são cansativas. As cenas de batalha impressionam pelo realismo, e é claro, pelos tiroteios e explosões que  tanto adoram chamar nossa atenção. Mas é claro que não é só isso. As personagens, com suas diferenças de personalidade, junto com a situação a que são impostas, criam um interessante conflito, tão atrativo quanto a "violência". Com o decorrer do filme, a personalidade das personagens fica mais evidente e o espectador é surpreendido pela morte de alguns. Um pouco piegas, mas que passa a ideia interessante de que soldados são indivíduos, com aspirações, problemas, amores e tudo que uma pessoa qualquer tem.

Por ser um filme de guerra, há um patriotismo aliado a um sentimentalismo que, em alguns momentos, pode ser um pouco chato, mas nada que te faça levantar do sofá. Recomendado! Você que já assistiu, o que achou? Comenta aí :-)


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Resenha: 1808, Laurentino Gomes

1808- Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e Mudaram a História de Portugal e do Brasil é um livro de História do Brasil, escrito por Laurentino Gomes, que tem como foco principal a vinda de D. João VI e sua corte para o Brasil, sua estada aqui e o contexto histórico envolvido. Lançado em 2006, se tornou sucesso de vendas no Brasil e em Portugal, arrebatando importantes prêmios da literatura nacional, como o Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria de livro reportagem e de livro de não-ficção. O sucesso e as premiações alcançadas por essa obra são consequências da seu nobre objetivo aliado à qualidade, no aspecto linguístico, pois o livro é muito bem escrito e de linguagem acessível, e no aspecto bibliográfico, visto que o autor se baseia numa minuciosa pesquisa historiográfica, utilizando uma enorme gama de fontes para compor a obra. 

Primeiramente, a obra de Laurentino Gomes possui uma linguagem acessível aos leitores que não estão acostumados com o gênero. Qualquer outro livro do mesmo tema provavelmente possui uma linguagem muito mais rebuscada que torna a leitura cansativa e chata. O texto no estilo jornalístico adotado pelo autor deixa a leitura mais interessante e fluida. Assim, fica muito mais fácil entender a história e o contexto em que se deu a partida da família Real para o Brasil. De certa forma, a história até se torna intrigante e envolvente. Por exemplo, o autor apresenta algumas curiosidades, que, do ponto de vista histórico, não são muito importantes, mas que auxiliam o entendimento de como funcionava a sociedade na época. É uma forma simples de divertida de entender a História  e até com certa profundidade. Vale ressaltar que todo o texto é baseado numa profunda pesquisa feita pelo autor, que compõe uma confiável bibliografia ao livro. 

Edição Juvenil
É um livro recomendado a todos. Apresenta um panorama da sociedade brasileira da época, principalmente no Rio de Janeiro e na Bahia. Outro aspecto interessante é que os fatos não são apresentados de forma isolada, e sim de modo que  sejam envolvidos pelo contexto histórico, como as Guerras Napoleônicas e o Congresso de Viena. Em suma, é essencial para quem quer entender melhor a história do Brasil  e de Portugal de uma forma acessível.

CURIOSIDADE: em 2008 foi lançado uma edição juvenil de 1808. É uma edição condensada e com belas ilustrações. Muito interessante!

domingo, 22 de julho de 2012

Notícias sobre "O Sacrifício"

A editora Bertrand Brasil já divulgou a data aproximada do lançamento da tradução do sexto volume da série " As Aventuras do Caça-Feitiço", O Sacrifício, bem como a capa e o primeiro capítulo do mesmo. O lançamento está previsto para o início de agosto. Abaixo seguem a capa divulgada, a capa britânica e o primeiro capítulo traduzido:

Dessa vez, a mãe de Tom precisa da ajuda do filho para evitar que sua terra natal, a Grécia, seja dominada por Ordeen, uma das mais poderosas deusas antigas. Além disso, é necessário impedir que o Maligno e a deusa se aliem, ou o mundo sofrerá uma nova era de trevas. Para o combate, estarão juntas criaturas poderosas. O único problema: entre elas estão as feiticeiras de Pendle, inimigas mortais que Tom jurou nunca se aliar.


Capa Britânica

                            





sábado, 7 de julho de 2012

Resenha: A Batalha do Apocalipse


Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.


Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.
Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense.

O que se espera de um livro bastante vendido? Que ele seja, no mínimo, bom. Entretanto, no caso de A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, essa expectativa não é alcançada. O livro, contraditoria e  impressionantemente, é fraco, frente ao seu tremendo sucesso. Os planos do autor de criar uma grande obra épica foram frustrados e resultaram em um livro espesso e chato, com direito a uso excessivo de analepses, mudança do foco narrativo e personagens desinteressantes.


Já no início, o leitor é surpeendido por uma narrativa promissora, mas que não deslancha, pois o Spohr decide por uma "pedra do caminho". Antes de alcançarmos a página 50, antes mesmo de nos situarmos na confusa história, somos lançados em um enorme flashback sem motivo que, como uma outra história independente, tem início, meio e fim. O problema não reside em interromper a narrativa, apenas, mas também no fato que  o flashback não tem influência quase nenhuma na enredo principal. Para não tirar seu mérito, serve apenas para narrar como se deu o primeiro encontro entre os protagonistas. Desnecessário. Esqueça o apocalipse quando estiver lendo essa parte; sobre ele não será falado por um bom tempo. Não obstante, a mesma proeza se repete páginas depois, justo  quando o livro começa a fazer jus ao seu nome. Mais chato e maior, parece que a finalidade da nova interrupção é fazer o leitor desistir do livro. Geralmente, ler uma história perde a graça quando já se sabe como vai terminar. É isso que acontece nesse trecho de tempo psicológico de "A Batalha do Apocalipse". Essas várias interrupções no enredo principal contribuem para que o livro não prenda e conquiste o leitor.



Além da história descontínua, o autor "inova" e surpreende com uma mudança no foco narrativo. Inexplicavelmente, o texto passa da terceira para a primeira pessoa e assim fica até o autor decidir passar pra terceira pessoa novamente. Não sei o que levou Spohr a fazer isso, mas não foi uma boa sacada, pois certamente deixou muitos leitores, principalmente os mais atentos e exigentes, confusos.


Soma-se a isso, o fato que os personagens de A Batalha do Apocalipse são extremamente desinteressantes, por exemplo, o protagonista Ablon. Segundo o próprio livro, suas atitudes e as dos outros anjos são guiadas pela sua natureza apenas, ou seja, não tem livre-arbítrio. Em outras palavras, o personagem principal do romance é como um robô. Entretanto, o autor se contradiz, já que durante a trama, Ablon e outros anjos claramente tomam decisões. Mesmo assim não deixa de ser um personagem chato: não passa de um herói idealizado tentando salvar sua amada Shamira, com quem tem um romance. Os outros personagem seguem esse padrão: superficiais.


Para quem procura apenas ação, lutas, explosões e seres mitológicos, A Batalha do Apocalipse é uma boa sugestão. Porém, para aqueles que gostam de uma história original e bem construída, esse livro provavelmente não irá agradar.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

TIL - José de Alencar


Nessa minha primeira postagem resolvi falar de um clássico romance regionalista brasileiro. Sei que não é um livro muito popular ou que muitos gostariam de ler, mas como é obra obrigatória para o vestibular da Fuvest e da Unicamp me sinto na obrigação de falar sobre ela. 

Se você não se interessa por muitos detalhes será difícil gostar deste livro. Alencar narra minuciosamente bem  a paisagem do interior de São Paulo no final do século XVI e há uma supervalorização do interior do país e da vida bucólica. 

A história roda em torno de Berta, Til ou Inhá. Os fatos decorrem quando Luís Galvão e seu ''capanga'' Jão Fera, ou Bagre, se apaixonam por Besita, a moça mais bonita da vila, que é cortejada por Ribeiro. Este a propõe casamento, porém seu pai ainda tem esperanças que Galvão também a proponha, entretanto, ele não o faz, pois não aceitava a condição de pobreza de Besita, que acaba se casando com Ribeiro. Ao saber do ocorrido, Jão larga sua lealdade a Galvão e vai viver por conta própria. Logo após a cerimônia de casamento Ribeiro precisa ir a uma outra cidade buscar uma herança e abandona Besita, que fica morado em uma casa nos arredores da cidade com sua escrava Zana e seu pai, que já estava velho e doente. Há 2 meses sem notícias do marido Besita é enganada e engravida de Galvão, que logo após se casa com D. Ermelinda, despertando a raiva do Bugre. O pai de Besita morre e está leva uma vida pacata ao lado de Zana e sua filha Berta, até que Ribeiro volta e irado pela traição mata Besita, deixando Zana louca e Til aos cuidados de Jão, que se saber o que fazer a entrega para D.Tudinha cria-lá. Berta cresce ao lado de seu irmão postiço Miguel e de seus amigos/irmãos Afonso e Linda, que são filhos de Galvão.

A história se desenrola na bondade e generosidade de Berta, na paixão que Miguel, Afonso e Brás nutrem por ela e nas tentativas do Bugre em protegê-la.

Apesar de não apresentar uma heroína tipica, Til é considerado ainda um romance, apesar de apresentar características do Realismo, sendo assim, uma obra de transição.

domingo, 6 de maio de 2012

The Serpent's Shadow


Foi lançado nos Estados Unidos, no dia 1º de maio, o terceiro livro das Crônicas dos Kane, do autor Rick Riordan, The Serpent's Shadow. Eu, particularmente, estou muito ansioso pelo lançamento da versão traduzida para o português brasileiro, pois já li os dois primeiros ( Em breve postarei a resenha de "O Trono de Fogo" ) e vi que este autor está em pleno crescimento. Porém, a previsão de lançamento no Brasil é em outubro deste ano. Muito longe para fãs da série como eu, mas o que resta a fazer é esperar para poder obter a conclusão desta empolgante série que já caiu no gosto de uma legião de pessoas. Teremos de nos contentar com o Book Trailer (um teaser do livro), e o primeiro capítulo traduzido pelo site Percy Jackson Brasil. Por questões autorais e de respeito não irei reproduzir a tradução aqui ( o link do site com o capitulo segue abaixo do vídeo ) :






PercyJacksonBrasil

sábado, 5 de maio de 2012

[RESENHA] Água Para Elefantes


Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Por 70 anos Jacob guardou um segredo. Ele nunca falou a ninguém sobre os anos de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora.

Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento - o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais.

É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.

"Água para Elefantes" é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.

Alternando entre as memórias de Jacob Jankowski (maior parte do livro) e sua atual realidade em um asilo,  Sara Gruen, além de entreter o leitor em ambos momentos,  narra de forma brilhante a história em primeira pessoa, transmintindo de forma exímia os sentimentos do protagonista,  de forma que esses influenciem no decorrer da narrativa. Porém, a autora peca no início, deixando-o um tanto maçante, de forma mais enrolado, além de não realizar corretamente algumas transições do Jankowski idoso para o circense.


Realmente, a ideia da alternância entre momentos de lembranças de Jacob no circo e momentos de relatos do cotidiano dele no asilo, foi excelente. No primeiro se concentra as partes mais importantes da história, onde o veterinário e orfão narra suas "aventuras" pelo mundo circense. No segundo percebe-se um "ar" de indignação dele com a situação de impotência e da saudades dos "Irmãos Benzini", e também um "ar" de irreverência, pois os sentimentos ranzinzos do protagonista causam situações que levam o leitor à algumas risadas. Bem bolado. Entretanto, o mais interessante é como Sara Gruen transmite magnificamente tais sentimentos ao longo do livro, demonstrando as angústias de Jacob e as aplicando sobre o desenrolar dos fatos, de forma que lê-se com os olhos de tal. Assim, a imparcialidade do personagem é impecável.

Outro fator de acerto foi nos personagens. Em muitos livros estes são clichês e com fraca personalidade. "Água para Elefantes" não. O livro gira em torno basicamente de um triângulo : Jacob Jankowski, Marlena, August, e Rosie no meio. O primeiro não é como os "mocinhos" que não cometem erros, e são espécies de "santos". Ele demonstra não só amor, gentileza, bondade e compaixão, mas constantemente rancor, mágoas, e ódio. Isto torna-o interessante, pois não fica só naquela boa índole que transmite para sua amada Marlena, e sua adorada  elefante Rosie, mas também os sentimentos egoístas, na maioria das vezes direcionado para o tirano August, chefe do setor de animais. A segunda é como qualquer mulher apaixonante de um romance, linda, meiga, e charmosa, com um diferencial: apresenta uma característica esférica, ou seja,  muda parte do seu comportamento no decorrer do livro. Inicialmente, Marlena era oprimida pelo chefe do setor animal, porém ao se apaixonar por Jacob, esta deixa de aceitar as imposições do marido. Já o terceiro é com certeza o mais fascinante dos três, pois assume uma forma bipolar, nunca se sabendo sua reação à algum fato ou ato que aconteça durante o livro. Hora gentil e bondoso, hora o intratável diretor da área dos animais, descontando toda sua raiva em sua esposa, Marlena, e em Jankowski, o veterinário do circo. Só citando, Tio Al é apenas um coadjuvante nesta "trama", ficando na sombra desse triângulo.

Entretanto, "Água para Elefantes" tem suas falhas. O começo do livro chega a ser maçante, pois demora em demasia para se desenrolar e desenvolver a ligação de acontecimentos , fazendo com que os leitores menos pacientes optem pela desistência. Empolgando com o pulo do protagonista do trem dos Benzini, Gruen , após este momento de êxtase, deixa a narrativa fica lenta e só acelera a partir do capítulo seis/sete, quando começa a ficar realmente interessante. Outro ponto negativo são as transições do Jacob circense para o Jacob idoso. Muitas vezes a autora não as realiza muito bem, "quebrando" a história em momentos importantes, de tensão, dando uma sensação de feito às pressas. Mais especificamente, quebra o ritmo. Os impacientes facilmente se irritariam com tais transições.

A alternância passado/presente, a perfeita narração em primeira pessoa e a construção dos personagens, são com certeza os ápices da obra. Todavia, a quebra do ritmo em certos pontos, e o excesso de cadência nas primeiras páginas tiram o adjetivo "impecável" do livro. Logo, é recomendável paciência em algum momentos para quem deseja lê-lo. Quem tiver, provalvelmente não se arrependerá e verá que as qualidades se sobrepõem (bastante mesmo) sobre as falhas. Se apaixonará por Marlena e Rosie, terá raiva de August e torcerá por Jacob. Enfim, com seus erros, "Água para Elefantes" consegue entreter o leitor em quase todos momentos, se diferenciando da gama de clichês que se encontram nas prateleiras das livrarias.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

#Dissertando: erros de português


É de conhecimento de todos a relação injusta que se estabeleceu entre os blogs e as editoras. Mas esse pequeno universo literário-virtual possui diversos outros defeitos que destroem aquela bela imagem ("lindos jovens debatendo sobre livros numa época na qual a juventude só quer saber de videogames") que vem à cabeça quando se fala em blogosfera literária. Realmente, a teoria é maravilhosa, e a prática também seria, se o que contasse fosse apenas a quantidade de leitura, afinal o que se ganha de livros sendo blogueiro não é pouco. Entretanto, esses jovens estão errando feio no quesito "blogar". Além das parcerias com editoras, existem outros fatores que contribuem para deixar essa blogosfera um saco. Por exemplo, erros de português.


Ler é a melhor forma de aumentar o vocabulário
e melhorar a escrita. Teoricamente?
Chega a ser contraditório, não? Logo as pessoas que se dedicam a comentar livros, que amam as palavras, que adoram ler. Infelizmente isso acontece, e bastante. Não é difícil encontrar alguns absurdos ortográficos enquanto se navega pelos blogs literários e suas postagens homogêneas. Não preciso citar exemplos, mas se você quiser ver alguns e dar umas risadas, você pode visitar o Vergonha Literária  que se encarrega de expor e criticar esses erros. Na verdade todos os blogs deveriam se preocupar com o português, porém os literários deveriam ser exemplo já que se propõe a discutir sobre livros, ou seja, estão intimamente ligados às palavras. O que pensar de um indivíduo que gosta de ler, que às vezes lê centenas de livros por ano, e consegue cometer erros gritantes como "des de"? 


Não que esse tipo de equívoco seja intolerável e que um blog ideal não o tenha. Deslizes todos cometem, aqui mesmo já cometi vários , principalmente no início, mas agora tenho um cuidado enorme e chego a fazer 3, 4, até 5 revisões nos textos das postagens antes de publicá-las. Porém, de vez em quando, um equívoco ou outro escapa e isso, com certeza, é compreensível. Por outro lado, fica claro que o blogueiro não tem esse cuidado quando os erros gramaticais e ortográficos são recorrentes. 


Não só por perfeccionismo, é interessante ser cuidadoso com o português já que a qualidade do texto é um elemento que pode pesar na hora de atrair leitores. Um texto mal escrito pode ser difícil de entender e, por consequência, afastar visitantes. Um pouco mais de cuidado e atenção antes de publicar as postagens não custa nada e torna o blog mais agradável de ser lido. Muitos blogueiros literários por aí deveriam pensar nisso...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

#Dissertando Adaptações Cinematográficas


Esse promete!
É cada vez mais comum livros YA serem adaptados para o cinema. Sim, porque a literatura juvenil está, cada vez mais, ganhando espaço nas livrarias e revelando best-sellers que se tornam febre entre os jovens. Todavia, a maioria das adaptações terminam em fracasso e a franquia (se for uma série) vai pro ralo. Por que será que isso acontece? Existe alguma "fórmula" para o sucesso? Essas, certamente, são perguntas difíceis de se responder, mas, analisando alguns casos e parando pra pensar um pouco pude construir meu ponto de vista sobre o assunto.

Vamos começar observando um fato: a literatura e o cinema são dois universos bem diferentes. Uma obra literária, por exemplo, geralmente, é mais rica em detalhes e a história se desenvolve mais lentamente, quando comparada a um filme. Além disso, pode ser lida em vários dias, afinal, quando fica chato, o leitor pode muito bem fechar e deixar pra outra hora. Já o filme tem que ser mais dinâmico pois tem pouco tempo para conquistar quem está assistindo. E ninguém pausa e filme quando está chato e volta a ver depois. Ou seja, se um filme tem duração de duas horas, ele tem que ser interessante por duas horas! 


"Os olhos da Annabeth são cinzas, não azuis!!"
Aquela idealização de muitos fãs de uma adaptação 100% fiel é utopia. Livros têm suas partes lentas, arrastadas, muitas vezes até chatas, que não  ficariam legais na tela do cinema e têm que ser cortadas/adaptadas. O que quero dizer é que a palavra "adaptação" deve ser levada ao pé da letra para um filme ter maiores chances de dar certo. Sim, contrariando aqueles fãs que querem cada diálogo, cada cena, cada página sendo reproduzidas nos seus mínimos detalhes, é importante que alterações sejam feitas. Se fosse assim, o roteiro do filme seria o próprio livro. Afinal de contas, o público "não leitor da obra" é grande, na maioria das vezes, maior que o público leitor (Harry Potter é excessão já que 9 de 10 pessoas já leram). Portanto, essa parcela do público não se importa com a semelhança livro-filme. Não adianta uma adaptação fiel, que agrade os leitores, mas deixe o resto do público na mão, por acabar sendo um filme chato. Claro, tudo tem que ser feito na medida senão pode ficar um ruim da mesma forma, afinal, se um livro se torna um best-seller, é porque sua história agradou. Dessa forma, a menos a essência (antagonistas/protagonistas, conflitos, clímax, desfecho, etc.) deveria permanecer.


No fim das contas, nunca haverá certeza se a adaptação será um sucesso ou um fracasso. Mas para que as possibilidades a sucesso sejam maiores, a adaptação tem que ser efetiva, ou seja, que a história do livro seja contada de outra forma: por meio de um filme.


Adaptações de livros juvenis são bem comuns e esse assunto desperta diversas opiniões. O Bruno Miranda do blog Minha Estante tem a dele:


"Se os livros fazem sucesso a ponto de chamar atenção suficiente para se produzir um filme, que custa milhões, é porque ele é muito bom! Por isso, prefiro quando eles seguem fielmente o enredo do livro em questão. Mas a gente sabe que isso, quase nunca acontece! Precisa se adaptar, retirar cenas, colocar outras... Mas creio que haja uma diferença entre o filme baseado e o adaptado. Não sei há essa diferença de verdade, mas vários livros baseados possuem apenas a "essência" da história e o resto tudo diferente. O que causa aquela discussão entre os que leram o livro e esperavam por uma recriação exata. Mas rola uma decepção ao você ler um livro maravilhoso, querer VER aquela cena marcante e chega lá a cena não entrou no filme. Mas como um todo, creio que devemos curtir o livro e o filme separadamente, afinal, como eu disse, nunca é exatamente igual. Um filme baseado em livro pode ser ruim, mas não por causa da má adaptação do livro!"


E aí, o que vocês acham disso?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

#Dissertando: Parcerias com editoras



Os autores do Blog Epílogo orgulhosamente apresentam a nova (e primeira) coluna do blog: #Dissertando. Vamos à uma rápida introdução: a proposta é falar sobre assuntos relacionados ao mundo literário, principalmente aqueles que podem suscitar pontos de vista divergentes. Um espaço para expor opiniões! Nos textos vocês irão ler a nossa opinião e sempre que possível iremos adicionar a de outros blogueiros. Bem simples! Então vamos ao texto de estreia.


Aí vai a maior dúvida de todo blogueiro literário: como se destacar nesse mar de blogs que tem a mesma proposta: resenhar livros? É sobre uma das maneiras mais adotadas para ganhar popularidade, e principalmente o efeito dela na blogosfera literária, que irei falar nessa postagem: as parcerias com editoras.

Depois que criei o Blog Epílogo (antigo Inkworld) e comecei me aventurar por esse mundo literário-virtual, percebi a quantidade de pessoas que também queriam  falar desse mesmo assunto: livros. Então comecei a reparar no que elas faziam para ganhar popularidade. Uma coisa me chamou a atenção por parecer eficiente: blogs faziam parcerias com editoras e estampavam suas logomarcas nas barras laterais ou em páginas especias.  Realmente, o que pode ser melhor do que o reconhecimento de uma editora para atrair seguidores? É como se o blogueiro dissesse: "veja de quem sou parceiro. Eles consideram meu blog bom. Me siga!". É mesmo um grande atrativo que traz benefícios que vão além do reconhecimento: A editora envia de brinde livros para resenha e para sorteio/promoções. Esse último funciona como um imã para aqueles "pseudo-seguidores" que só estão a fim de ganhar o livro sorteado. Parece um verdadeiro negócio da China. Mas, de certa forma, essas parcerias estão sendo ruins para a blogosfera literária. A qualidade dos blogs está caindo e conteúdo se tornando excessivamente uniforme.

É como um fenômeno que acontece com a maioria das páginas daqueles que veem nas parcerias com editoras uma chance de ganhar status e se apoiam nisso. Veja que é um generalização, existem exceções. O sujeito angaria vários seguidores com as primeiras parcerias e então vai acumulando logomarcas na seção "Parceiros". É como um vício pois o retorno que se tem é grande, em forma de seguidores e visualizações de página. É só reparar que todos grandes blogs literários possuem uma porrada de editoras parceiras. O problema é que essa relação traz benefícios, mas traz consigo compromissos também. O sujeito tem que resenhar livros recebidos, fazer promoções e divulgar lançamentos dos parceiros. E quanto mais parceiros, mais compromissos, mais resenhas, mais divulgação. Sinceramente, esse conteúdo, fruto da parceria com a editora, em sua maioria é chato e não dá vontade de ler, a menos que seja a divulgação da capa do próximo livro da série que você gosta ou uma resenha. O blog começa a ficar atolado de postagens de sorteios, divulgações e principalmente outro elemento que surge de uma ideia simpática mas que não passa de um tapa-buraco, como diria o Nícolas, do Braunne: "Na Minha Caixa de Correio".


Após firmar tantas parcerias, a quantidade de livros que o blogueiro recebe por mês é enorme, não dá pra resenhar tudo. O que fazer com eles? Mostrar para os amigos seguidores! Criam um vlog para essa finalidade: mostrar os livros que chegaram. Agora, sem mentiras, é até divertido assistir a esses vídeos, alguns chegam a ser engraçados. O ponto é: há blogs que se sustentam nisso e nas divulgações, promoções e uma ou outra resenha (mal feita, mas isso já é outro tópico). Muitos não se importam em produzir um conteúdo interessante e sua página acaba se tornando mistura de postagens chatas. O interessante do blog literário não é expor os livros que você tem, mas sim expor o que você achou deles. Infelizmente o que está acontecendo com a maioria dos blogs voltados ao mundo literário é que grande parte das postagens está se tornando desinteressante e maçante.


"Quanta bobagem!"
Agora imagine isso acontecendo em grande escala. O resultado é um "universo" de blogs com conteúdo fraco e muito semelhante. Encontrar originalidade nesse universo é realmente uma tarefa muito difícil, mas como disse acima, existem exceções. É possível ter um blog original e autêntico e ao mesmo tempo ter editoras parceiras. Existem vários exemplos por aí.


Esse é um assunto pouco discutido e esse texto é só uma parte pequena do que pode ser extraído dele. Talvez seja hora dos blogueiros pararem pra pensar um pouco que a quantidade de seguidores não significa tanta coisa. Essa disputa por sucesso, que gera essa corrida atrás de editoras só está tornando a blogosfera literária deveras homogênea. Em suma, os blogueiros estão se atendo mais à quantidade do que a qualidade.


Para terminar o texto, dois blogueiros, os únicos que responderam o nosso pedido, gentilmente cederam suas opiniões sobre o tópico:


Lilian Silva do blog Lá no Cafofo:
"Creio que existe, sim, uma corrida desenfreada por status e sucesso e isso já afetou a qualidade do conteúdo dos blogs. Parcerias entre editoras e blogs, que deveriam ser um meio de divulgação para ambos, acabaram estimulando uma espécie de competição e o mais importante, que é a opinião sobre o livro, acabou ficando de lado. Com medo de perder a parceria, muitos abrem mão de opinar. É por isso que se veem conteúdos cada dia mais parecidos, mais pasteurizados. Acredito que é possível ter parcerias e ser autêntico. Basta escolher editoras que tenham uma visão parecida e não vender a alma pra ganhar um livro ou um brinde."


Nícolas Oliveira, do Braunne:
"Fora os livros de graça, me parece que o leitmotiv das parcerias com editoras é a ideia de 'contar vantagem' sobre outros blogs literários. Pra mim não há relevância em se ter editoras parceiras para dar continuidade a um blog. Se o leitor realmente quer debater, promover e incentivar a literatura, não precisa disso. Eu nunca ganhei livro de editora e raramente os compro. Tudo que li provém de bibliotecas. Mas continuo com minha página independente, resenhando o que der, seja livro badalado ou totalmente desconhecido. Aliás, neste segundo grupo, já encontrei ótimas leituras que dificilmente encontraria nas prateleiras"


A propósito, os blogs da Lilian e do Nícolas são ótimos, não vão na onda do "vamos viver de sorteios!". É difícil mas a gente acha! :-)

Ladrão de Raios - HQ


   A Íntrinseca aproveitou bem o sucesso de "Percy Jackson e os Olimpianos". Foi lançado por volta de setembro (sim, faz tempo, e por isso até peço perdão) a adaptação para quadrinhos da história do garoto problemático de 12 anos, que tem sua vida virada de cabeça para baixo ao descobrir que tem parentesco com os grandes Deuses gregos. Muitos são contra a ideia, porém eu sou muito a favor, desde que o leitor saiba aproveitar bem esse recurso. Confesso que sou um fã assíduo desta série e que adoraria ter a Percy Jackson com todos seus traços desenhados em minha estante, visto que mais essa ramificação do grande sucesso que foi essa série poderia trazer de volta os tempos em que me aventurava pelas páginas de "Ladrão de Raios".

  Então está ai, pra você que já leu o primeiro volume dos cincos livros e quer ver e ler está narração em quadrinhos, vale a pena comprar mais esse exemplar das histórias de Perseus Jackson! Mais algumas horas de diversão o esperam, caro fã!
   Obs: Abaixo está o vídeo com um trechinho em inglês de Percy Jackson e os Olimpianos, "the official graphic novel".

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"O erro" está a venda!

Venho informar ao leitores do blog e aos fãs da série "Aventuras do Caça-feitiço", nessa postagem atrasada, que o quinto volume da série, "O erro" já está disponível nas livrarias... A editora também disponibilizou os dois  primeiros capítulos (clique aqui para ler). Aqui em baixo estão a sinopse e o booktrailer feito nas coxas.

Sinopse:
Neste livro, o Caça-Feitiço obriga Tom a treinar com outro tutor a fim de que aprenda novas técnicas. Enviado sozinho à parte norte do Condado, Tom conhece seu novo mestre, Bill Arkwright, um homem assustador, que o obriga a tomar decisões com consequências para todos. No entanto, Bill, que gosta de briga e tem demônios interiores, possui segredos guardados no moinho onde vive. Ao mesmo tempo, um grande segredo de Alice será revelado, algo que mudará para sempre as relações entre ela, Tom e o Caça-feitiço
Booktrailer:

Segredos e mais segredos... esse livro promete!



domingo, 22 de janeiro de 2012

[RESENHA] O Menino Prodígio do Crime

Peguei esse livro para ler principalmente por causa de "Aviador", que foi o primeiro livro de Eoin Colfer que li e que se mostrou tão bom que me fez pensar que começar a ler a série mais famosa do mesmo autor valeria a pena. E realmente valeu. Incrivelmente, O Menino Prodígio do Crime- Artemis Fowl é um livro totalmente distinto de Aviador mas sua narrativa repleta de  armas do futuro, anões, gnomos, elfos e afins, é igualmente entretente. O enredo é inteligente, fugindo dos padrões e unindo em um só personagem antagonista e protagonista.

Diferente do que é esperado dos livros infanto-juvenis e YA, o personagem principal não é um garoto dotado de algum poder e que deve salvar o mundo do mal. Não; Artemis, um garoto gênio de 12 anos herdeiro do clã Fowl, é o protagonista, mas é também o vilão. Na história, seu pai some misteriosamente com o dinheiro da sua família. Para torná-la rica novamente, Artemis arquiteta um plano para roubar ouro das fadas, seres mágicos que vivem secretamente no subterrâneo. Para por seu plano em prática ele sequestra uma fada, Holly Short, para servir como refém. Esse ousado sequestro poderia terminar em uma guerra entre as espécies. Além disso, para cumprir sua missão Artemis conta com sua extrema inteligência e seu fiel escudeiro Butler para enfrentar as fadas, que estão  equipadas com armas futurísticas e tecnologia de ponta. 

O início do livro é um pouco chato pois o autor, como se estivesse escrevendo uma sequência, lança o leitor numa história repleta de seres mágicos e estranhos sem nenhum tipo de base descritiva. Nos primeiros capítulos somos "introduzidos" a fadas, gnomos, anões, trolls, e, entretanto, não há nenhum tipo de descrição que distingua tais seres. O leitor se vê obrigado a criar ele mesmo a forma física das personagens. E isso não se restringe às fadas. O mundo subterrâneo onde elas vivem segue o mesmo padrão "imagine você mesmo". A descrição é um elemento importante de uma narrativa, mas deve ser usada na medida certa: nem muito nem pouco. Indo contra ao que é comum nos livros YA da atualidade, Colfer esquece esse elemento, deixando o leitor perdido entre tantas coisas estranhas, tornando o começo do livro um tanto maçante.


Depois desse início lento e chato, felizmente a ação toma conta. Mas não é algo pobre e sem fundo, mas sim em meio a um enredo inteligente. Em outras palavras, comumente usadas, esse é um livro difícil de largar. Em certos momentos, é até possível pensar que O Menino Prodígio do Crime se encaixaria melhor em um roteiro de filme devido a o toque futurístico e às batalhas. Mas e daí? O que importa é que a trama divertida e bem narrada e o mistério de como acabará a história de Artemis e a fada Holly, levam o leitor até o final surpreendente. Depois de quase trezentas páginas, que passam como se fossem vinte, o livro termina com clima de continuação.



Versão em quadrinhos
Em suma, Artemis Fowl é um livro Young Adult extremamente divertido com um trama diferente e bem construída, apesar de algumas escorregadas do autor. Uma ótima escolha pra quem gosta do estilo.


Ah, para quem também ficou perdido no ínicio do livro e ainda não sabe, Eoin Colfer já lançou a versão de O Menino Prodógio do Crime em quadrinhos. Uma ótimo chance de conferirmos o visual dos personagens e dos cenários :-)
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