sábado, 7 de julho de 2012

Resenha: A Batalha do Apocalipse


Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.


Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.
Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense.

O que se espera de um livro bastante vendido? Que ele seja, no mínimo, bom. Entretanto, no caso de A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, essa expectativa não é alcançada. O livro, contraditoria e  impressionantemente, é fraco, frente ao seu tremendo sucesso. Os planos do autor de criar uma grande obra épica foram frustrados e resultaram em um livro espesso e chato, com direito a uso excessivo de analepses, mudança do foco narrativo e personagens desinteressantes.


Já no início, o leitor é surpeendido por uma narrativa promissora, mas que não deslancha, pois o Spohr decide por uma "pedra do caminho". Antes de alcançarmos a página 50, antes mesmo de nos situarmos na confusa história, somos lançados em um enorme flashback sem motivo que, como uma outra história independente, tem início, meio e fim. O problema não reside em interromper a narrativa, apenas, mas também no fato que  o flashback não tem influência quase nenhuma na enredo principal. Para não tirar seu mérito, serve apenas para narrar como se deu o primeiro encontro entre os protagonistas. Desnecessário. Esqueça o apocalipse quando estiver lendo essa parte; sobre ele não será falado por um bom tempo. Não obstante, a mesma proeza se repete páginas depois, justo  quando o livro começa a fazer jus ao seu nome. Mais chato e maior, parece que a finalidade da nova interrupção é fazer o leitor desistir do livro. Geralmente, ler uma história perde a graça quando já se sabe como vai terminar. É isso que acontece nesse trecho de tempo psicológico de "A Batalha do Apocalipse". Essas várias interrupções no enredo principal contribuem para que o livro não prenda e conquiste o leitor.



Além da história descontínua, o autor "inova" e surpreende com uma mudança no foco narrativo. Inexplicavelmente, o texto passa da terceira para a primeira pessoa e assim fica até o autor decidir passar pra terceira pessoa novamente. Não sei o que levou Spohr a fazer isso, mas não foi uma boa sacada, pois certamente deixou muitos leitores, principalmente os mais atentos e exigentes, confusos.


Soma-se a isso, o fato que os personagens de A Batalha do Apocalipse são extremamente desinteressantes, por exemplo, o protagonista Ablon. Segundo o próprio livro, suas atitudes e as dos outros anjos são guiadas pela sua natureza apenas, ou seja, não tem livre-arbítrio. Em outras palavras, o personagem principal do romance é como um robô. Entretanto, o autor se contradiz, já que durante a trama, Ablon e outros anjos claramente tomam decisões. Mesmo assim não deixa de ser um personagem chato: não passa de um herói idealizado tentando salvar sua amada Shamira, com quem tem um romance. Os outros personagem seguem esse padrão: superficiais.


Para quem procura apenas ação, lutas, explosões e seres mitológicos, A Batalha do Apocalipse é uma boa sugestão. Porém, para aqueles que gostam de uma história original e bem construída, esse livro provavelmente não irá agradar.

6 comentários:

  1. Comprei o livro, e na metade comecei a odiar! Apesar desses empecilhos na obra, achei também um livro que possui muitas heresias, contra Deus e etc. O autor fez um mxi de coisas, misturou várias culturas, religiões, e deu numa obra cansativa... sou a favor de sua resenha e concordo com o que vc disse.

    Abraços, Joshua
    pensamentosdojoshua.blogspot.com - dá uma passada lá no meu blog se quiser, tem resenha da HQ Flash - Os Novos 52 e outras novidades :D

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  2. Nossa, fico feliz por não ter comprado esse livro. Sempre ouvi falar do sucesso de Eduardo Spohr, mas não lembro de ter lido alguma crítica.
    Infelizmente, a superficialidade de personagens é muito comum entre os autores brasileiros (e alguns internacionais também, mas percebi que isso aparece mais aqui). Já li livros como O Vale dos Anjos ou Pacto Secreto, que segui até o final da leitura por ter firmado parceria com seus autores, do contrário, não teria me dado ao trabalho. O personagem é TUDO na história. Se não gostarmos da pessoa cuja jornada vamos acompanhar, qual é o sentido em ler o livro?

    Ótima resenha! Me fez ficar bastante feliz pelas vezes em que peguei ele na livraria e deixei de lado.

    Xxx,
    Julie Neves
    www.booksjournal.org

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  3. eu compei o livro mesmo lendo a resenha e eu gostei da história e nao me arrependo de ter lido.a história é legal e se nao desistir de ler o livro vc vai ''grudar no livro'' para saber o final dessa obra inesquecivel! e os flashbacks tem sim uma participaçao importante:
    --torre de babel:nos mostra um pouco sobre shamira e enteder como ablon e shamira se conheceram e tiveram sua primeira aventura;assim como mostra porq shamira tava procurando a espada no começo do livro
    --o castelo d luz:mostra o comço da rivalidade e ablon e apollyon......
    gostei desse livro e recomendo

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  4. Não concordo com a resenha e nem com as "heresias". Gostei dos flashbacks e isso de que o livro não gruda é opinião da minoria. Se não grudasse não venderia tanto. E a leitura é boa.

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  5. Oi adorei.. muito obrigado, amei a maneira que vc usou para descrever essa resenha...me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda
    www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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  6. Infelizmente não concordo 100% com essa critica , li o livro em 2014 ; e achei a narrativa cansativa logo nessas primeiras paginas , depois tentei novamente e a historia engrenou ...li o livro por inteiro , achei que houve momentos em que o livro foi muito bom , outros nem tanto mas a conclusão é que foi muito bem escrito sim! :)

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