segunda-feira, 2 de abril de 2012

#Dissertando Adaptações Cinematográficas


Esse promete!
É cada vez mais comum livros YA serem adaptados para o cinema. Sim, porque a literatura juvenil está, cada vez mais, ganhando espaço nas livrarias e revelando best-sellers que se tornam febre entre os jovens. Todavia, a maioria das adaptações terminam em fracasso e a franquia (se for uma série) vai pro ralo. Por que será que isso acontece? Existe alguma "fórmula" para o sucesso? Essas, certamente, são perguntas difíceis de se responder, mas, analisando alguns casos e parando pra pensar um pouco pude construir meu ponto de vista sobre o assunto.

Vamos começar observando um fato: a literatura e o cinema são dois universos bem diferentes. Uma obra literária, por exemplo, geralmente, é mais rica em detalhes e a história se desenvolve mais lentamente, quando comparada a um filme. Além disso, pode ser lida em vários dias, afinal, quando fica chato, o leitor pode muito bem fechar e deixar pra outra hora. Já o filme tem que ser mais dinâmico pois tem pouco tempo para conquistar quem está assistindo. E ninguém pausa e filme quando está chato e volta a ver depois. Ou seja, se um filme tem duração de duas horas, ele tem que ser interessante por duas horas! 


"Os olhos da Annabeth são cinzas, não azuis!!"
Aquela idealização de muitos fãs de uma adaptação 100% fiel é utopia. Livros têm suas partes lentas, arrastadas, muitas vezes até chatas, que não  ficariam legais na tela do cinema e têm que ser cortadas/adaptadas. O que quero dizer é que a palavra "adaptação" deve ser levada ao pé da letra para um filme ter maiores chances de dar certo. Sim, contrariando aqueles fãs que querem cada diálogo, cada cena, cada página sendo reproduzidas nos seus mínimos detalhes, é importante que alterações sejam feitas. Se fosse assim, o roteiro do filme seria o próprio livro. Afinal de contas, o público "não leitor da obra" é grande, na maioria das vezes, maior que o público leitor (Harry Potter é excessão já que 9 de 10 pessoas já leram). Portanto, essa parcela do público não se importa com a semelhança livro-filme. Não adianta uma adaptação fiel, que agrade os leitores, mas deixe o resto do público na mão, por acabar sendo um filme chato. Claro, tudo tem que ser feito na medida senão pode ficar um ruim da mesma forma, afinal, se um livro se torna um best-seller, é porque sua história agradou. Dessa forma, a menos a essência (antagonistas/protagonistas, conflitos, clímax, desfecho, etc.) deveria permanecer.


No fim das contas, nunca haverá certeza se a adaptação será um sucesso ou um fracasso. Mas para que as possibilidades a sucesso sejam maiores, a adaptação tem que ser efetiva, ou seja, que a história do livro seja contada de outra forma: por meio de um filme.


Adaptações de livros juvenis são bem comuns e esse assunto desperta diversas opiniões. O Bruno Miranda do blog Minha Estante tem a dele:


"Se os livros fazem sucesso a ponto de chamar atenção suficiente para se produzir um filme, que custa milhões, é porque ele é muito bom! Por isso, prefiro quando eles seguem fielmente o enredo do livro em questão. Mas a gente sabe que isso, quase nunca acontece! Precisa se adaptar, retirar cenas, colocar outras... Mas creio que haja uma diferença entre o filme baseado e o adaptado. Não sei há essa diferença de verdade, mas vários livros baseados possuem apenas a "essência" da história e o resto tudo diferente. O que causa aquela discussão entre os que leram o livro e esperavam por uma recriação exata. Mas rola uma decepção ao você ler um livro maravilhoso, querer VER aquela cena marcante e chega lá a cena não entrou no filme. Mas como um todo, creio que devemos curtir o livro e o filme separadamente, afinal, como eu disse, nunca é exatamente igual. Um filme baseado em livro pode ser ruim, mas não por causa da má adaptação do livro!"


E aí, o que vocês acham disso?

5 comentários:

  1. Gostei muito do post, alguns exemplos de ótimas adaptações para mim são Harry Potter, Lord of The Rings e Game of Thrones. Estou esperando muito de O Hobbit também!
    E o exemplo de péssima adaptação seria Percy Jackson, que os personagens principais são crianças, mas que puseram na tela como adolescentes para atrair mais adolescentes para o cinema, além de misturar coisas de vários livros em um só filme, e o pior, vai ter continuação.

    http://smell-likeoldbooks.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Que post excelente, bem escrito, fácil de se entender e muito bem elaborado! Estou seguindo seu blog, espero que goste do meu!
    Abraços, aguardo sua visita!

    http://navegandoempaginas.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Há toda uma adaptação e mudanças quando se traduz uma obra de uma mídia para outra, no caso de livro pra cinema. Por exemplo, ontem na primeira aula de portugues do ano, a classe estava justamente discutindo sobre isso: adaptações cinematograficas. E a professora comentou que apesar de adulta também gosta de livros YA. "Já li 2 livros do Dan Brown e sou fã desse estilo de escrever que, embora torne o livro extenso, grosso, são capítulos curtos, parágrafos curtos, e períodos curtos e fáceis de entender. Quando um capitulo termina, a mesma ideia desenvolvida neste, continua no próximo ou mais adiante, sempre deixando um suspense, um gostinho de kero+. E é assim, essa herança da produção literária contemporânea que hoje em dia, diga-se, não se produz o objeto cultural por arte. E sim por industria. Tipo a editora encomenda a um autor: um livro desse genero, com esse estilo, para leitores dessa idade. Pra entregar no tal dia. E daí por diante o autor produz, mas visando consumo, vendas. Entende? (...) Quando se traduz de uma mídia pra outra, sempre tem adaptações. E o filme ou vair ficar muito ruim, ou muito bom. Anjos e demonios, por exemplo, eu já li o livro. E quando fui ver o filme, foi também legal, com muitas diferenças/mudanças. O que deu pra perceber justamente porque eu já tinha lido a obra e sabia de todas as cenas. Fiquei muito opinativa no cinema. Ar de quem esperttiiinha sabe? srsrsrsr"

    ResponderExcluir
  4. O post ficou muito bom e devo dizer que eu sou uma fã de carteirinha de filmes adaptados (principalmente se eu li o livros antes).

    Claro, eu também surto com detalhes cortados, mas não tanto.
    Se for uma coisa pequena que dá pra passar, beleza, mas se for algo que TINHA que acontecer pra ter sentido lá na frente, eu fico super brava!

    Acho que algumas coisas dá para serem retiradas, já outras, não.

    Beijos
    Bia | www.livroseatitudes.com.br

    ResponderExcluir
  5. Parece que você quase leu a minha mente quando escreveu esse post. Também tenho minhas opiniões sobre o assunto e de vez em quando me pego sozinha pensando nisso. Quem sabe, um dia, eu escreva algo sobre isso, porque no momento ainda estou vendo se meu caso de "amor e ódio" com filmes adaptados passa, rs.

    Bjins

    www.dicasoutravessuras.blogspot.com

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...